Data Driven nada mais é que uma abordagem orientada a dados nos negócios.
Segundo uma pesquisa feita pela S&P Capital IQ, em um período não muito distante, por volta de 2006, apenas uma das cinco maiores empresas do planeta não vinham de setores tradicionais e era data-driven. Em 2017, todas as cinco maiores empresas do planeta são completamente data driven – e inclusive, é por causa deles que essas empresas valem tanto hoje.
O que é um dado?
Mas, antes de saber como usufruirmos dos dados, necessitamos entender o que eles são em sua essência. Um dado, nada mais é do que: uma informação que, tendo ela um sentido aparente ou não, é sempre o resultado de uma ação podendo ser executada por um ser humano ou por um robô, dependendo apenas de onde o dado está sendo armazenado e gerado.
Um exemplo simples para visualizarmos esse conceito é pensarmos que ainda existem alguns mercadinhos onde o balconista escreve em um papel as informações do produto que você está comprando e o valor dele para que ao fim do dia seja feito o controle do estoque.
Já algumas médias e grandes redes de supermercados, costumam controlar o seu estoque de forma virtual. A cada produto que é passado no caixa existe o abatimento direto no indicador de estoque.
Nessas duas situações, vemos que o dado é o mesmo: o produto vendido e o valor dele. No entanto, foram computados de maneiras diferentes o que faz com que eles possam gerar interpretações diversas quando analisados.
O que é Data Driven?
Empresas são consideradas data-driven quando possuem em toda a sua estrutura operacional, tática e estratégica os dados como principal orientador de decisões. Fazer isso não é por acaso, os dados auxiliam os gestores ou quaisquer um que se utilize deles a:
1. tomarem decisões mais rápidas e com isso poupar tempo e dinheiro;
2. ter previsões do futuro mais assertivas e sem achismos;
3. ter maior controle dos processos executados;
4. ter mais segurança com respeito à veracidade das informações geradas;
E os negócios tradicionais? Com entram nessa onda?
Se você é gestor de um negócio num ramo mais tradicional pode estar pensando que talvez essa história de “data-driven” não faça tanto sentido.
Mas é aí que você se engana! É de certa forma incomum nos dias de hoje encontrarmos escritórios de advocacia, contabilidade, hospitais, supermercados e comércios que não utilizam algum sistema para realizar suas operações.
A questão é que, devido à era informacional em que estamos vivendo, existe uma gama gigantesca de sistemas ERPs, sistemas web, aplicativos e planilhas em que trabalhamos e consequentemente depositamos nossas informações diariamente.
Paralelamente, pouquíssimas empresas conseguem integrar todos esses sistemas a fim de fornecer dados e transformá-los em informação relevante que auxiliem nas tomadas de decisões. A maior parte delas está num oceano de informações acreditando que elas não possuem valor.
Um estudo entre o Google e o Boston Consulting Group analisou oito empresas de países europeus diferentes e constatou que empresas que estão mais maduras quanto a sua transição para a cultura data-driven tiveram 20% a mais de receita e 30% no aumento de sua eficiência operacional.
Tudo bem, mas como começo a implantar a cultura data-driven no meu negócio?
Em Vendas e Marketing
Essas são áreas dentro de qualquer empresa mais comum e fácil de se metrificar e utilizar dos dados para direcionar uma qualquer estratégia.
Quem diria a 20 anos atrás que conseguiríamos hoje segmentar um anúncio por localização, sexo, idade e até interesses de quem está vendo? Parece impossível! Tudo isso se tornou acessível com o Facebook Ads, a mais poderosa ferramenta de anúncios do momento.
Além disso, o Google Analytics fornece informações relevantes sobre os usuários que acessam o seu site, da onde eles vem e quando aconteceu o acesso por exemplo.
Em vendas, ter um bom CRM para gerenciar, metrificar e fornecer dashboards de todo o seu processo comercial é um grande passo para tomar decisões orientadas por dados.
Tudo isso pode gerar um diferencial competitivo importante e te auxiliar num direcionamento de recursos sejam eles financeiros ou humanos mais assertivo e rápido.
Nas Operações
Eis aqui uma área que é específica e diferente para cada empresa. Os sistemas que uma loja de artigos esportivos utiliza pode ser totalmente diferente dos que utiliza um escritório de contabilidade, não é verdade? Então, o que você deve se ater aqui é na reflexão sobre quais métricas e indicadores o software escolhido te fornece.
A grande maioria dos sistemas que as empresas costumam utilizar, seja o Trello, ZeroPaper, ContaAzul ou algum ERP específico fornecem análises gráficas básicas e genéricas dos dados que são gerados dentro da plataforma.
Porém, isso não é um problema quando se tem conhecimento sobre tratamento de dados e analise de acordo com o viés específico da sua empresa. É isso que fazemos na beAnalytic.
O Power BI, da Microsoft é a nossa principal ferramenta de intermédio gráfico entre os dados e as decisões tomadas pelas empresas na qual trabalhamos.
Sem dúvidas, buscar conhecimento sobre ferramentas Business Intelligence e aprofundar as análises dentro das plataformas que você já utiliza é essencial para o desenvolvimento da mentalidade data-driven.
Além disso, ela pode se estender para muito além do Marketing e das operações, como algumas empresas já utilizam dos dados para mensurar a produtividade dos seus colaboradores e até fazer processos seletivos mais assertivos.
Mas afinal, qualquer empresa pode ser data-driven?
Quem já nasceu com um propósito tecnológico, como é o caso da maioria das startups, dificilmente não serão empresas orientadas por dados já que vivem imersos nesse meio.
Mas a maior dificuldade aqui, não é sobre ser de um setor ou de outro. O ponto mais difícil em se tornar data-driven é a obrigação dos usuários dos dados em fazerem um exercício constante de abstração do próprio ego.
Isso porque facilmente os dados apontarão eventuais erros que foram cometidos ou estão por vir, e claro, caminhos que nem sempre se pensa ser o correto por parte dos tomadores de decisões.
No mais, para os que usufruírem desses princípios o mais rápido possível, certamente estarão na linha de frente do seu segmento de atuação.
Leia também:
• Como desenvolver uma Cultura Data Driven em 7 passos
• Business Intelligence: por que sua empresa precisa disso