dadoscast 21 rafael yoshida qlik sense

DadosCast #21: Quando escolher o Qlik Sense como ferramenta de BI?

No episódio #21 do DadosCast, apresentado por Daniel Luz e Rodrigo Pennacchi, convidamos Rafael Yoshida para discutir sobre quando escolher o Qlik Sense como ferramenta de BI.

Yoshida, além de especialista em Qlik Sense, também é fundador do YoshidaQlik, empresa especializada em consultorias e cursos sobre a ferramenta.

Ao longo do episódio eles exploraram as principais características da plataforma, bem como as suas vantagens em relação à outras ferramentas.

O episódio em áudio está disponível nas principais plataformas de podcast, mas você também pode assistir a esse encontro em vídeo no YouTube. 

Gostou desse podcast? Ouça também o episódio anterior: Como a Neoway popularizou a Big Data no Brasil


Quem é o Rafael Yoshida e como ele entrou no mercado de dados

Yoshida é consultor e especialista em Qlik, e já trabalha com inteligência de negócios há cerca de dez anos. Sua jornada no mundo dos dados começou de uma forma bem comum aos profissionais da área: planilhas de Excel.  

Seu primeiro trabalho na área foi como estagiário de contas a receber numa empresa de rastreamento. Foi durante essa época que Rafael, enquanto cursava faculdade, começou a estudar planilhas e como melhorar processos com a ferramenta.  

Eu não consegui me tornar jogador de futebol. Sempre gostei bastante de futebol, foi a primeira coisa que eu tentei na vida. Aí não deu [risos]. Fui para administração de empresas e acabei entrando nessa parte financeira aí, e eu aderi um gosto pelo Excel, por trabalhar com os dados. – Rafael Yoshida 

A partir desse maior contato com a área administrativa ele pôde aprofundar seus conhecimentos em Excel, começando a criar macros com VBA. Ele foi galgando sua carreira, e dois empregos depois ele teve contato com sua primeira ferramenta de BI, o QlikView.  

Na hora que eu vi a ferramenta de BI, eu falei “caramba!”, eu achei que tivesse descoberto a América. “Aumenta aqui, dá pra fazer isso, dá pra fazer aquilo lá, nossa senhora, eu vou detonar isso aqui”. Foi uma fase bem da hora, onde eu só estava aprendendo, só estava consumindo, e consegui desenvolver bastante nessa parte do BI. – Rafael Yoshida 

Atualmente, Rafael Yoshida é conhecido como o “Mago” dos dados e possui uma empresa especializada em consultoria em Qlik Sense, bem como cursos para profissionais da área de BI, ajudando inúmeras pessoas a dominarem a ferramenta. Além disso, Yoshida também disponibiliza aulas gratuitas em seu canal do YouTube.  

 

Afinal, o que é o Qlik Sense? 

O Qlik é uma plataforma de BI, sendo o Qlik Sense a versão mais atual e mais conhecida da ferramenta. Com ele você consegue entregar insights que são valiosos para a empresa, pois a análise de dados é feita na maioria das vezes em tempo real, e em questão de minutos ou segundos você consegue tirar boas ideias com ele.

Para Yoshida, a melhor parte do Qlik Sense é automatizar relatórios e fazer qualquer tipo de carga e trabalho de dados.  

Para quem não conhece o termo ETL, é a transformação de dados. Você pode pegar umas cinco tabelas de lugares diferentes e unir elas de um jeito que elas conversem entre si, sem precisar fazer aquele monte de PROCV, juntando as informações. – Rafael Yoshida 

Dentro da ferramenta Qlik é possível organizar, tratar e disponibilizar os dados de uma forma simples através de dashboards, auxiliando os usuários a automatizarem processos, ter insights a partir das informações obtidas, além de tomarem melhores decisões.  

Dados hoje, para mim, são muito valiosos. E um insight que eu tiro de exemplo é do filme “o Jogo da imitação” […] então quem tem informação primeiro, sai com vantagem. Isso pode definir a vitória de uma empresa ou de um processo, de uma meta. – Rafael Yoshida 

 

Qual é o diferencial do Qlik frente às outras soluções de BI? 

O Qlik Sense se destaca, principalmente, pela sua capacidade de lidar com grandes massas de dados. A ferramenta possui um recurso nativo que transforma grandes tabelas de dados em um formato próprio chamado QVD, onde o arquivo chega a ser reduzido em até 10x o seu próprio tamanho. 

Dessa forma, o profissional que utilizar o Qlik Sense como ferramenta de BI terá uma grande otimização de tempo ao carregar esses dados, acelerando o desenvolvimento dos dashboards. 

Quando você começa a trabalhar com massa de dados gigantes, sei lá, acima de quinze milhões de linhas de dados, você tem uma diferença muito grande de performance dentro da plataforma Qlik e em relação às outras ferramentas. Pelo menos né quando eu estava trabalhando com todas em paralelo assim, eu senti essa diferença, e na Qlik, putz, foi muito superior […] o que eu conseguia produzir no Qlik Sense, era cerca de seis ou sete vezes mais do que eu estava conseguindo produzir nas outras ferramentas. – Rafael Yoshida 

Lembrando que utilizar o Qlik Sense não inviabiliza o uso de outras ferramentas. Há organizações que utilizam o Qlik para lidar com volumes de dados maiores, o Power BI para analisar setores separados, ou o Data Studio para criar análises mais simplificadas.  

Até porque como o Power BI tem essa visão que as pessoas estão mais acostumadas de planilha, é mais fácil pra uma pessoa da área de negócios conseguir criar os relatórios. O Qlik já demanda um pouco mais de conhecimento de transformação de dados, que é como uma linguagem que se assemelha muito ao SQL, então às vezes você precisa de alguém um pouco mais técnico pra conseguir desenvolver. Mas, realmente, pra trabalhar com grandes volumes de dados, o Qlik tem esse diferencial. – Rodrigo Pennacchi 

A Qlik vem lançando vários produtos adicionais que conversam diretamente com a parte de análise de dados. O Qlik Replicate, por exemplo, permite utilizar a tecnologia Change Data Capture para extrair os dados direto pelo log do banco de dados – sem onerá-lo –, enquanto o Qlik Compose pode ser usado para criar o próprio Data Warehouse. Inclusive, é possível fazer toda a parte de extração e transformação de dados utilizando o Qlik, para abarcar um volume de dados maior, e depois salvar em outro banco de dados para trabalhar com outras ferramentas de BI e análise de dados.

 

Quais são os maiores desafios enfrentados na hora de iniciar a implantação de um projeto de BI? 

A princípio, um dos principais desafios ao implantar um projeto de BI é como obter acesso à todas as fontes de dados necessárias. Muitas empresas podem esbarrar em Firewalls, cota de gigas que pode consumir, ou até mesmo em políticas de privacidade da própria organização. 

Outro grande desafio é disponibilizar os dados de forma a atender todos os objetivos da empresa. Isso é, a empresa precisa visualizar X informação, então os dados precisam estar trabalhados e disponíveis de uma forma que seja possível montar essa visão.

O terceiro desafio é que muitas empresas estão acostumadas a utilizar planilhas, e sentem certa resistência na hora de começar a usar uma ferramenta de BI.  

[…] É a questão de educação também, de conhecimento da empresa em relação à cultura de dados, né. Às vezes as pessoas acham que tem um processo mapeado, mas na hora que a gente começa a desenvolver o BI e começamos a cavar para identificar essas regras de negócio, as pessoas acabam “opa, será que é assim mesmo que o outro setor vê?”. – Rodrigo Pennacchi 

Ao criar uma análise de dados o profissional precisa fornecer um formato que diversas pessoas, muitas vezes de diversos setores, possam utilizar. Quando não há regras de negócio bem definidas para toda a empresa, o processo de desenvolvimento da análise de dados se torna mais demorada, podendo acarretar em atrasos e retrabalho.  

Às vezes essas regras de negócio que pra uma pessoa estão bem definidas, às vezes não estão claras pra organização inteira. Então você acaba desenvolvendo algo, aí o pessoal se junta e fala “opa espera aí, não é bem assim que funciona, vamos voltar,” e tem muito esse retrabalho que acontece durante o projeto, né? Então eu acho que falta um pouco das empresas criarem essa cultura de análise de dados e [ter] a comunicação mais transparente, pra todo mundo seguir um mesmo processo. – Rodrigo Pennacchi 

Outro ponto a se levantar é a falta de conhecimento sobre o funcionamento de ferramentas de BI. Muitos usuários não conseguem extrair o máximo de suas análises, pois falta a alfabetização quanto ao uso daquela ferramenta.   

Um dos diferenciais do Qlik é o Self Service Dashboard, que é basicamente você permitir com que os próprios usuários criem as próprias análises. Muitas pessoas que têm o Qlik, não utilizam essa funcionalidade. […] Contextualizando, Self Service Dashboard é basicamente você dentro do dashboard já criado pegar as dimensões, todos os dados que estão lá e criar novos cálculos, criar novos gráficos a partir do que já foi produzido pela equipe de TI. – Rodrigo Pennacchi 

 

Mas quanto custa implementar o Qlik Sense? 

Um grande dilema que existe no mercado de analytics é o custo de implementação do Qlik em relação às outras ferramentas de BI. Ele é conhecido por ser mais caro, mas será que é isso tudo mesmo?

À primeira vista, pode ser que sim. A licença de uso do Qlik Sense é bem mais elevada que a de demais ferramentas, como o Power BI, Tableau, entre outros.  

Contudo, há uma série de fatores que precisam ser levados em conta na hora de calcular o custo de implementação do projeto, o que vai bem além do valor da licença.  

Se você for colocar à primeira vista, realmente o Qlik fica mais caro do que as outras ferramentas. Só que o Qlik traz várias funcionalidades que às vezes utilizando outras ferramentas de BI, você vai precisar ter outros setores, outras pessoas especializadas dentro da empresa pra você fazer o BI funcionar. Porque por exemplo com o Qlik você consegue fazer toda a parte de ETL dentro da própria ferramenta. Então você consegue criar todo o seu repositório, todo o seu Data Warehouse dentro da própria ferramenta. – Rodrigo Pennacchi 

Com outras ferramentas às vezes é necessário extrair os dados das fontes utilizando algum tipo de linguagem de programação, ou salvar em outro banco de dados/servidor, ou até mesmo possuir uma equipe especializada para realizar esse trabalho.  

Enquanto isso, para implementar o Qlik Sense pode ser que só seja necessário contar com um único profissional especializado na ferramenta.  

Outra coisa que precisa entrar na conta é o volume de dados que a empresa precisa tratar e disponibilizar nos dashboards. No final, ao calcular todo o valor de licença, profissionais e infraestrutura, o custo pode ser muito similar.  

Você tem que olhar pra essa organização e ver o que você precisa. O volume de dados que você tem, se realmente vai valer a pena você utilizar ou não, e aí fazer o comparativo. Não existe uma receita de bolo, e não existe uma solução de prateleira. Cada solução vai atender melhor cada caso, né? – Rodrigo Pennacchi 

No final, é importante escolher a ferramenta que irá atender todas as necessidades de uma organização. Não adianta optar por uma solução mais barata que no fim não irá atender à demanda.

Qual o impacto de escolher a ferramenta errada num projeto de BI? 

Com certeza, um dos principais impactos é o financeiro.  

É dinheiro e tempo que vai pelo ralo. Além de fazer um investimento que não dá certo, [isso] vai te  custar dinheiro e vai te custar um tempo que também é valioso. […] Você não consegue comprar o tempo de volta, então tem um custo de implantação e o custo de oportunidade, que provavelmente vai ser a maior perda que uma empresa pode ter. – Rafael Yoshida   

Muitas vezes é mais trabalhoso consertar algo feito errado, do que começar um projeto mais robusto e complexo do início. Fora toda perda financeira, também haverá um grande retrabalho para fazer algo que já poderia estar pronto.  

 

Quais são as perspectivas de inovações tecnológicas da Qlik? 

A Qlik tem lançado várias novidades na sua linha de produtos, como o Qlik Cloud, Data Analytics e Data Integration. Mas, o mercado de analytics vem evoluindo em alta velocidade, exigindo cada vez mais refinamento das ferramentas.  

Eu acho que está migrando o máximo possível pra questão de inteligência artificial. […] A expectativa é que simplesmente você aponte suas bases de dados e o próprio software pegue lá faça uma análise. “Ó, vende mais nesse setor, trabalha mais esse setor, que você consegue dobrar o seu resultado no ano.” Eu acho que vai ser bem isso. Você só vai perguntar pra ele “como é que eu faço pra atingir 200% a mais de vendas?” E ele vai te responder: “olha, de acordo com seus números, você aumenta esse setor, vai nessa nessa região, abre uma filial aqui”. Eu acho que vai ser nesse nível. – Rafael Yoshida 

A Qlik já vem caminhando para a parte de inteligência artificial há um tempo. Por exemplo, o Insight Advisor é um recurso que permite fazer perguntas à ferramenta e gerar novos gráficos e visualizações através da linguagem natural.  

Há também o Qlik Auto ML, uma nova ferramenta em fase de testes que permite criar um servidor por algumas horas, onde é possível adicionar uma base de dados e realizar diversos testes.  

Ele sugere as principais dimensões que têm mais impacto naquela sua tabela, naquela sua análise […] então já traz uns insights bem interessantes. Acho que o futuro vai pra isso, vai também pra essa parte de replicação de bancos de dados de forma rápida. Essa tecnologia do CDC do Qlik Replicate é fantástica, é um diferencial de mercado da Qlik. – Rodrigo Pennacchi 

 

Quais são as boas práticas num projeto de BI?  

Um dos principais fatores de sucesso num projeto de BI é ter uma equipe engajada e orientada à dados.  

[…] Quando a equipe de negócios está com mesma visão da de TI, você consegue agilizar muito o  processo [de implementação] e facilitar a adesão da ferramenta e direcionar pro caminho certo. A gente tem experiência de clientes assim, eles conseguem impactar mais a organização, e o uso da ferramenta aumenta muito quando está se trabalhando em equipe, direcionado. – Rodrigo Pennacchi 

Um dos principais erros que existem na implementação de um projeto de BI é a falta de alinhamento entre pessoas e equipes.  

[…] No meu caso da experiência que eu vi [dar errado] foi a estrutura do banco [de dados] que foi disponibilizado não estava na granularidade que todas as áreas precisavam, então quando você precisava trazer uma informação nova pra uma área X, ia ter que revirar de novo o banco de dados pra deixar na granularidade que eles precisavam. – Rafael Yoshida  

A granularidade se refere ao detalhamento da informação. Por exemplo, há uma visualização de lojas e setores, mas de repente uma área precisa das informações sobre os produtos. É nessa hora onde precisa haver um bom alinhamento entre os departamentos, para que as visualizações sejam parametrizadas.  

Um outro ponto que a gente já falou anteriormente, que quando as áreas não estão alinhadas no mesmo indicador, s mesma função de vendas é medida de formas diferentes. Então você tem dois dados e nenhum deles está correto, sabe? Porque cada área interpreta de um jeito, e no final os dois dados dão uma informação errada. – Rafael Yoshida 

 

Quais são os grandes resultados de um projeto de BI? 

Um dos principais resultados de um projeto de BI, sem sombra de dúvidas, é o financeiro. 

O principal benefício que eu vejo é trazer dinheiro no bolso pra empresa, conseguir otimizar processos. Se for uma área administrativa, conseguir otimizar processos ganhando tempo é dinheiro no bolso pra empresa, né. Um processo que ele gastava sei lá, cinco horas pra fazer, está gastando uma, então você já economizou quatro horas no dia de um funcionário. Isso no ano já vai dar um dinheiro gigante, e isso você pegando todas as pessoas que você conseguiu otimizar processos na parte administrativa, tem muito dinheiro. – Rafael Yoshida 

Outro resultado importante é o de ter insights que permitam ao tomador de decisões da empresa ou da operação em questão fazer bons investimentos, realocação de recursos ou corrigir ralos financeiros. Também é possível entender onde é possível aumentar a receita e lucros da empresa, auxiliando o planejamento estratégico da mesma.  

Dificilmente se você tem um volume maior de dados você vai conseguir analisar tudo isso no Excel. Então a ferramenta de BI vai agregar essas visões, e você vai conseguir analisar melhor o que que está bom, o que que está ruim, o que que pode ser melhorado. Acho que daí faz uma diferença grande na gestão da empresa. – Rodrigo Pennacchi 

Fale Com Um Especialista

*Este contato é comercial. Para outras demandas, entrar em contato através do e-mail [email protected].

Machine
Learning

Com a consultoria em Machine Learning da beAnalytic, a nossa equipe fica responsável por:

Mapeamento, coleta e tratamento dos dados necessários para o projeto;

Definição do algoritmo apropriado com base nos objetivos do projeto, e início do treinamento do algoritmo;

Avaliação do desempenho do modelo de ML, otimização e implementação no ambiente de produção.

A